PATRICK SILVA - o novo Ironman de Braga
O bracarense Patrick Silva é, desde sábado passado, o novo Homem-de-Ferro da cidade de Braga, depois de ter sido o único representante luso a concluir a mais dura prova de triatlo do mundo, na ilha de Lanzarote, em Espanha.
Quando há cerca de um ano, ainda a dar os primeiros passos na modalidade, nos mostrava o documento de inscrição na prova, nem queriamos acreditar. As exigências físicas e psicológicas de um Iron Man impõem respeito aos mais duros, por isso achamos ser uma imprudência da parte do Patrick tentar uma ousadia destas. Mas tentou e conseguiu, e hoje, tiramo-lhe o chapéu! Classificando-se na 176ª posição, no escalão de 35/39 anos, Patrick Silva teve direito aos parabéns do próprio presidente da organização, e hoje é notícia nos jornais da região. A prova denominada de Iron Man (Homem-de-Ferro) é uma prova de resistência e de desafio aos limites da capacidade humana. Disputa-se sob a forma de um triatlo, sendo que a primeira das etapas - a natação - tem uma distância de 3.800 metros, o ciclismo - 2ª etapa - percorre 180 km, concluíndo-se a dura prova com uma maratona (42,195 km) de corrida. Sendo disputada na ilha de Lanzarote, nesta altura do ano, teremos que adicionar o calor e os ventos fortes, além de um percurso agressivo, para chegarmos a um grau de dificuldade extremo, como se pode depreender pelo número de desistências verificadas na prova de sábado passado. |
À conversa com o Patrick, ficamos a conhecer alguns pormenores desta aventura que são efectivamente impressionantes.
Como atrás referimos, o Patrick iniciou-se na prática regular do triatlo há pouco mais de um ano. Actualmente integra a equipa do Tribraga, com uma presença regular nas competições nacionais.
A distância mais longa que havia percorrido, foi a última maratona do Porto, em pouco mais de três horas, mas é precisamente na corrida que vê o seu ponto fraco: "A maratona assustava-me um pouco, principalmente sendo feita depois de cerca de 8 horas de competição. Resguardei-me para ela e ainda bem que o fiz, pois o esforço físico e mental por que passamos é incalculável".
Para este desafio, Patrick preparou-se durante os últimos seis meses, treinando com regularidade diária e conciliando a sua vida pessoal com os treinos de natação, ciclismo e corrida. "Felizmente temos excelentes condições de treino na região; o Gerês e a albufeira da Caniçada, são excepcionais para treinar, nomeadamente a natação".
O Iron Man de Lanzarote tem um tempo limite para ser concluído pelos atletas, que é de 17 horas. Patrick levava como objectivo concluí-lo em 15 horas. Gastou 12h48'41''.
Como atrás referimos, o Patrick iniciou-se na prática regular do triatlo há pouco mais de um ano. Actualmente integra a equipa do Tribraga, com uma presença regular nas competições nacionais.
A distância mais longa que havia percorrido, foi a última maratona do Porto, em pouco mais de três horas, mas é precisamente na corrida que vê o seu ponto fraco: "A maratona assustava-me um pouco, principalmente sendo feita depois de cerca de 8 horas de competição. Resguardei-me para ela e ainda bem que o fiz, pois o esforço físico e mental por que passamos é incalculável".
Para este desafio, Patrick preparou-se durante os últimos seis meses, treinando com regularidade diária e conciliando a sua vida pessoal com os treinos de natação, ciclismo e corrida. "Felizmente temos excelentes condições de treino na região; o Gerês e a albufeira da Caniçada, são excepcionais para treinar, nomeadamente a natação".
O Iron Man de Lanzarote tem um tempo limite para ser concluído pelos atletas, que é de 17 horas. Patrick levava como objectivo concluí-lo em 15 horas. Gastou 12h48'41''.
"Quando cortei a meta, foi das melhores sensações que já vivi! Era o único português no meio de 1500 atletas e o presidente da prova deu-me os parabéns!".
Uma questão que nos assalta, perante o facto de alguém se querer submeter a provas extremas, prende-se com os motivos que estão por detrás de um empreendimento destes.
"O desafio pessoal, a auto-superação. Esta prova foi uma longa conversa comigo próprio. Serviu para pôr à prova a minha capacidade de gerir o sacrifício físico através da gestão mental. Quem não conseguir um domínio da sua mente, dificilmente vence desafios desta natureza".
Curioso é o facto de o Patrick ter partido sozinho para Lanzarote. O maratonista é o homem solitário, que dialoga com ele próprio, que observa e disfruta do que o rodeia, mas que acarreta sobre si mesmo a missão de vencer sozinho os obstáculos da vida. Contudo, Patrick não deixa de enaltecer a importância vital da extraordinária força transmitida pelo público espanhol. O banho de multidão a aplaudir os atletas, gritando o seu nome (inscrito no dorsal) é tocante; "Cada vez que completava uma volta ao circuito, recarregava as baterias com os incentivos que recebia".
Depois da experiência, que pensa repetir em Nice, na França, Patrick acha que fazer uma prova de Iron Man não é para todos. "Vi muita gente em pânico, logo na natação, a pedir auxílio e a desistir. É fundamental um boa preparação, sobretudo mental, porque se não se está preparado para sofrer, fica-se pelo caminho".
Além disso, "não teria conseguido estar lá sem o apoio dos meus patrocinadores" - as lojas Bikespace de Braga, Guimarães e Fafe, representantes oficiais da Specialized. Mesmo assim, só à sua conta, Patrick teve que disponibilizar 1500 euros.
Uma questão que nos assalta, perante o facto de alguém se querer submeter a provas extremas, prende-se com os motivos que estão por detrás de um empreendimento destes.
"O desafio pessoal, a auto-superação. Esta prova foi uma longa conversa comigo próprio. Serviu para pôr à prova a minha capacidade de gerir o sacrifício físico através da gestão mental. Quem não conseguir um domínio da sua mente, dificilmente vence desafios desta natureza".
Curioso é o facto de o Patrick ter partido sozinho para Lanzarote. O maratonista é o homem solitário, que dialoga com ele próprio, que observa e disfruta do que o rodeia, mas que acarreta sobre si mesmo a missão de vencer sozinho os obstáculos da vida. Contudo, Patrick não deixa de enaltecer a importância vital da extraordinária força transmitida pelo público espanhol. O banho de multidão a aplaudir os atletas, gritando o seu nome (inscrito no dorsal) é tocante; "Cada vez que completava uma volta ao circuito, recarregava as baterias com os incentivos que recebia".
Depois da experiência, que pensa repetir em Nice, na França, Patrick acha que fazer uma prova de Iron Man não é para todos. "Vi muita gente em pânico, logo na natação, a pedir auxílio e a desistir. É fundamental um boa preparação, sobretudo mental, porque se não se está preparado para sofrer, fica-se pelo caminho".
Além disso, "não teria conseguido estar lá sem o apoio dos meus patrocinadores" - as lojas Bikespace de Braga, Guimarães e Fafe, representantes oficiais da Specialized. Mesmo assim, só à sua conta, Patrick teve que disponibilizar 1500 euros.
Na memória ficará o cenário encantado das Canárias. A visão dos peixes mesmo ali à mão, enquanto nadava e a paisagem vulcânica de Lanzarote, onde viveu o Nobel Saramago. Fica também a elevação da auto-estima aos píncaros mais altos da imaginação e fica o orgulho da cidade, que tem gerado muitos desportistas de sucesso. Ao Patrick, que faz o favor de ser nosso amigo de longa data, deixamos os PARABÉNS merecidos, pela coragem e pela teimosia, e agradecemos este depoimento, que enriquece este espaço. |
Publicado em: 26/05/2011